"Não se preocupe, apenas esconda a marca e seja normal", pensei. Não queria que descobrissem meu segredo logo no meu aniversário muito menos estragar a festa de meus amigos e familiares. Eu precisava de alguma para esconder a marca de Lua (que ficava abaixo da minha clavícula), como um cachecol ou uma manta.
Não estou reclamando, eu até me orgulho dela. Quando Aurich, o Mestre da Alta Ordem dos Guardiões me contou que eu era uma Filha da Lua, percebi que eu teria de manter sigilo de tudo e de todos.
- Você tem uma grande capacidade e é a única descendente de Elizabeth, a primeira Guardiã, mas mesmo sendo uma Guardiã, você também é uma Filha da Lua. - Disse ele sorrindo. - Curioso, não? Você ser uma Guardiã e uma Filha da Lua ao mesmo tempo. Delia, com certeza você tem muita sorte de vir de linhagens como estas.
- Não fui eu que decidi ter este destino. Você não sabe como é difícil ter que esconder isso da própria família.
Ele olhou-me com seu rosto bondoso.
- Tudo vai ficar bem. Você não precisa manter segredo deles.
- Tenho medo de que eles não compreendam.
- Compreender o quê? - Perguntou ele. - São sua família, nade de mal pode acontecer-lhe. Afinal, eles vêm da mesma linhagem que você.
Não disse mais nenhuma palavra.
- Não se preocupe. - Ele disse virando-se e sorrindo. - Tudo vai ficar bem. - Sua voz ficava mais fraca enquanto eu parava de divagar.
***
- Delia. - Alguém batia na porta do quarto. Era Mamãe. - Delia, Katherine já está aqui.
- Katherine? Apenas ela?
- Não, seus primos também estão aqui. - Ela fitou-me significativamente com seus olhos azuis. Eu sabia o que estava acontecendo. Meus primos eram mais velhos que eu, pareciam não gostar de mim e com certeza contariam sobre mim, mesmo eu tendo pedido milhares de vezes para não o fazerem.
- Mande somente Katherine entrar. - Disse eu, saindo de meus pensamentos. Essa é a vida de um sonhador: Estar sempre no mundo da Lua. Mamãe assentiu e saiu deixando-me com uma preocupação grande demais para o momento.
- Hey! - Katherine entrou no quarto. - Como vai a vida?
- Por enquanto vai bem. Espere só até algum de meus primos descobrir sobre a Ordem.
- Relaxe, você anda muito nervosa ultimamente. - Ela sentou ao meu lado na borda da cama.
- Você sabe se os outros vêm? - Perguntei a ela.
- Eles vêm sim. Aquelas quatro pestes não vão demorar, isso se Amelia terminar de arrumar o vestido e outros detalhes.
- Entendo. - Disse sorrindo.
Fez-se um longo silêncio.
- Vamos para a sala? - Katherine perguntou depois de algum tempo.
- Claro! Só deixe-me pegar este casaco. - Peguei um da mesma cor do vestido rosa-claro que eu usava.
Fomos para a sala e esperamos meus amigos chegarem enquanto sentávamos desconfortavelmente nas poltronas da sala com os olhares estranhos de minha família pairando sobre nós.
Senti que eles não me queriam ali e que eu não era bem-vinda. Nunca gostara realmente de meus primos mais velhos, sempre que íamos nos visitar, nós nos limitávamos a nos olhar desconfortavelmente uns aos outros.
Eles olhavam-me com aversão infinita e pareciam não me reconhecer mais.
Sempre aceitara o fato de ser diferente e estranha, mas não merecia tanta desconsideração assim, afinal eu não sou um monstro, sou?
Com um estrondo a porta se abriu e cinco vultos apareceram em meio de uma chuvarada. Eram meus amigos que finalmente chegavam e meu pai estava junto, chegando de uma viagem longa para Londres.
- Graças a Deus! - Murmurei.
- Entrem, vocês devem estar com frio. Vou buscar cobertores para vocês. - Mamãe disse suavemente saindo da sala.
- Onde vocês estavam? - Perguntei aliviada.
- O trem acabou saindo mais tarde por causa da chuva e acabamos demorando. - Amelia falou. - Trouxemos um presente de aniversário para você. - Ela estendeu-me uma pequena caixinha de veludo. Abri e vi que continha um pequeno colar com o pingente do famoso Olho de Hórus.
- Obrigada! - Abracei-os.
- Agora você não precisa ficar paranoica com a possibilidade de outras pessoas te descobrirem. - Nicholas falou.
- Cale a boca! - Amelia repreendeu-o. - Ele não sabe o que está falando.
Limitei-me a abafar uma risada. Não podia acreditar que tudo estava correndo tão bem, pois sempre acaba acontecendo alguma coisa terrivelmente ruim a mim.
Mamãe entrou na sala com os cobertores.
- Querida, você pode vir aqui? Preciso falar com você. - Ela me chamou.
Não sai por que, mas fiquei com um leve pressentimento que as coisas mudariam em pouco tempo.
Senti que eles não me queriam ali e que eu não era bem-vinda. Nunca gostara realmente de meus primos mais velhos, sempre que íamos nos visitar, nós nos limitávamos a nos olhar desconfortavelmente uns aos outros.
Eles olhavam-me com aversão infinita e pareciam não me reconhecer mais.
Sempre aceitara o fato de ser diferente e estranha, mas não merecia tanta desconsideração assim, afinal eu não sou um monstro, sou?
Com um estrondo a porta se abriu e cinco vultos apareceram em meio de uma chuvarada. Eram meus amigos que finalmente chegavam e meu pai estava junto, chegando de uma viagem longa para Londres.
- Graças a Deus! - Murmurei.
- Entrem, vocês devem estar com frio. Vou buscar cobertores para vocês. - Mamãe disse suavemente saindo da sala.
- Onde vocês estavam? - Perguntei aliviada.
- O trem acabou saindo mais tarde por causa da chuva e acabamos demorando. - Amelia falou. - Trouxemos um presente de aniversário para você. - Ela estendeu-me uma pequena caixinha de veludo. Abri e vi que continha um pequeno colar com o pingente do famoso Olho de Hórus.
- Obrigada! - Abracei-os.
- Agora você não precisa ficar paranoica com a possibilidade de outras pessoas te descobrirem. - Nicholas falou.
- Cale a boca! - Amelia repreendeu-o. - Ele não sabe o que está falando.
Limitei-me a abafar uma risada. Não podia acreditar que tudo estava correndo tão bem, pois sempre acaba acontecendo alguma coisa terrivelmente ruim a mim.
Mamãe entrou na sala com os cobertores.
- Querida, você pode vir aqui? Preciso falar com você. - Ela me chamou.
Não sai por que, mas fiquei com um leve pressentimento que as coisas mudariam em pouco tempo.
***
Entramos na cozinha e Mamãe trancou a porta. Isso apenas aumentou o mau pressentimento que estava tendo.
- Victor voltou. - Disse ela rapidamente
E, confirmado.
- Como assim voltou? Não era para ele estar morto? - Perguntei.
- Tudo o que você tem que fazer é se proteger e tudo ficará bem. - Ela olhou diretamente para o meu colar. - Sabe este colar que você ganhou?
- Sim, por quê? - Disse com uma leve dor de cabeça.
- Ele está enfeitiçado para protegê-la de qualquer mal que acontecer contra você. Foi um feitiço que Aurich lhe mandou.
- Eles ficaram sabendo? - Perguntei.
- Sim. - Ela disse simplesmente.
Neste instante, meus amigos entraram pela porta
- Por que vocês não me falaram?
- Aurich mandou. Não podia deixar que alguma coisa de errado acontecesse com você, sabe o quanto você é importante para nós e é como uma irmã para mim. - Katherine falou tentando amenizar uma raiva que estava se formando dentro de mim.
- Podiam ter pelo menos me avisado que alguma coisa aconteceria. - Disse eu recobrando a calma. - Tudo bem, não precisamos discutir isso agora. O que faremos?
- Vocês precisam sair desta cidade. - Disse Mamãe um pouco receosa. - Não queria que isso tivesse de acontecer, mas é preciso. É o único jeito de te proteger.
Não precisava de mais nenhuma explicação para saber que todos ali faziam isso para me proteger.
Resolvi deitar-me mais cedo naquela noite, logo após de todos irem embora.
- Delia - Era Mamãe batendo na porta de meu quarto novamente.
- Preciso falar com você.
- Sobre o quê, querida? - Ela perguntou docemente.
Hesitei por um instante. Não sabia se poderia fazer aquela pergunta, afinal parecia ser proibida para mim.
- Por que Victor vem atrás de mim? Eu não lhe fiz nada!
- Isso não é uma pergunta apropriada para fazer a mim, e sim para Aurich. Agora, vá dormir, pois você tem um dia longo pela frente. - Ela me beijou na testa.
Era verdade, eu havia prometido a eles que os encontraria na colina de Bordeaux bem cedo. Ainda não tinha certeza de que eu conseguiria sair daqui sem chamar nenhuma atenção. Não, aquela não era a hora de me preocupar com isso, e sim amanhã.
Sabia que minha vida mudaria radicalmente no outro dia.
- Podiam ter pelo menos me avisado que alguma coisa aconteceria. - Disse eu recobrando a calma. - Tudo bem, não precisamos discutir isso agora. O que faremos?
- Vocês precisam sair desta cidade. - Disse Mamãe um pouco receosa. - Não queria que isso tivesse de acontecer, mas é preciso. É o único jeito de te proteger.
Não precisava de mais nenhuma explicação para saber que todos ali faziam isso para me proteger.
***
Resolvi deitar-me mais cedo naquela noite, logo após de todos irem embora.
- Delia - Era Mamãe batendo na porta de meu quarto novamente.
- Preciso falar com você.
- Sobre o quê, querida? - Ela perguntou docemente.
Hesitei por um instante. Não sabia se poderia fazer aquela pergunta, afinal parecia ser proibida para mim.
- Por que Victor vem atrás de mim? Eu não lhe fiz nada!
- Isso não é uma pergunta apropriada para fazer a mim, e sim para Aurich. Agora, vá dormir, pois você tem um dia longo pela frente. - Ela me beijou na testa.
Era verdade, eu havia prometido a eles que os encontraria na colina de Bordeaux bem cedo. Ainda não tinha certeza de que eu conseguiria sair daqui sem chamar nenhuma atenção. Não, aquela não era a hora de me preocupar com isso, e sim amanhã.
Sabia que minha vida mudaria radicalmente no outro dia.
Oii, Gio! Lembro que li os capítulos da outra versão, você aperfeiçoou bem a história. Gostei mais desse jeito,
ResponderExcluirabraços, até a próxima.
Obrigada Ju!! É bom ter leitores como você.
ExcluirAssim que passar a semana de provas, que acaba na sexta, as postagens serão uma vez por semana ou mais constantes.
Beijos!