segunda-feira, 9 de junho de 2014

Capítulo 9 - Uma Chave Estranha


    A chave que Christine me dera algumas horas atrás, estava em cima do criado-mudo de Katherine. Para que serviria?
    Ela vai abrir uma coisa muito importante, ela disse, mas o que seria esta "coisa"?
Comecei a pensar para que Christine havia me dado isto, pois com certeza era importante.
    Tome esta chave, ela abrirá uma coisa muito importante.
    Raios! O que seria?
    Ouvi um barulho na porta, como se alguém estivesse chutando-a. Abri e Anna estava do lado de fora, parecendo desesperada.
    - Delia! - Anna chegou gritando. - Algo está acontecendo com Mia!
    Anna me puxou pela mão até a enfermaria do colégio, onde Mia estava em uma maca, com um rosto horrível.
    - Amelia! O que aconteceu? - Perguntei.
   Ela apenas se virou na maca, sem responder minha pergunta, repetindo alguma coisa que não consegui ouvir.
    - Ela tem alguma doença. Não sabemos qual doença é. - Disse a doutora. - Ela deve repousar bastante e mais ou menos depois de três dias ela deve voltar para o quarto.
    Voltamos para a casa. Quando ela havia ficado doente? Ontem à noite ela estava bem e agora estava verde se revirando em uma cama.
    - Vou procurar Katherine e avisar que Amelia está doente. - Anna saiu do quarto novamente.
    Comecei a analisar a chave de perto novamente. Descobri que havia iniciais no seu corpo.
CG.
    Christine Gautienne, talvez, já que foi ela que havia me dado a chave.
    No que será que esta chave se encaixa?, pensei. Olhei ao redor procurando algo que tivesse fechadura. Apenas coisas que não eram minhas.
    Fui para o jardim para pensar um pouco e ler um livro.
    O Fantasma da Ópera era uma obra que me fazia chorar sempre que lia, mesmo sabendo o que acontecia no final. Um livro maravilhoso.
    Comecei a pensar novamente no que a chave abria.
    A caixinha de música só se abria com a minha chave, a cômoda abria com a chave que era guardada em uma caixa, a fechadura da caixa de joias de Sophie abria apenas com sua chave e o baú era só de decoração. Mas aquele baú de couro sempre me pareceu diferente de uma peça de decoração.
    O baú!, pensei, A chave deve abrir aquele baú!
    Estava indo para o chalé, mas Kath e Anna me puxaram para longe.
    - O que estão fazendo?
    - Zafira nos dá aula hoje. Não podemos chegar atrasadas senão ela vai nos xingar. - Kath falou.
    Corremos para a sala de aula, mais ou menos dois minutos antes de Zafira chegar. Ela não era tão severa quanto Ruby, mas quando chegávamos atrasados, ela nos dava um xingão.
    - Hoje a aula será especial. - Ela nos falou alegremente. - Nós iremos até os jardins para treinar técnicas de voo.
    Todos ficaram felizes pela simples ideia de sair da sala de aula.
    Fomos então até o jardim, onde havia uma ponte suspensa.
    - Iremos voar até o vilarejo e depois voltar, após ficar algum tempo lá. - A professora disse. Ela nos olhou com um sorriso de canto. - Preparar, apontar, VOEM!
    Disparamos em direção ao vilarejo, como se fosse uma corrida. As Crystales apenas voavam, sorrindo zombeteiramente para os Elfos, que precisavam de feitiços ou poções para voarem. Elas exibiam suas asas cristalinas para o restl da classe, enquanto eu exibia as minhas, que eram grandes, verdes com prata e pareciam ter sido desenhadas por um artista.
    - Quer apostar corrida? - Kath perguntou à mim.
    - Aposto que chego lá antes que você! - Respondi rindo.
    Voamos igual a duas loucas, rindo e gritando. Quando passamos por Anna, posso assegirar que ela não entendeu absolutamente nada do que estava acontecendo.
    Cheguei lá antes que Kath, vencendo a corrida por dois metros.
    - Suas asas são grandes e são mais rápidas. - Ela falou, com falsa inveja.
    Quando os outros alunos chegaram lá, subimos até o topo de uma frondosa árvore que havia lá, com Zafira chegando com uma cesta de piquenique.
    - Para relaxarmos um pouco, iremos fazer um piquenique a sombra desta árvore. Logo após disso, voltaremos e a aula estará finalizada. - Ouvi Zafira dizer. Kath e eu pousamos em frente a todos e nos juntamos a eles.
    Sentamos e comemos sanduiches, bolos, cupcakes e chocolates. Cada um estava melhor do que o outro, principalmente os bolos!
    - Gostando da aula? - Connor me perguntou com um sorriso, enquanto comia um sanduiche.
    - Muito! - Respondi, pegando um pedaço de bolo. - Tudo que envolve comida e saída de campo em uma aula, está ótimo!
    Anna, Kath, Connor e eu fizemos uma competição de quem comia mais e resultou em risadas e o rosto sujo.
    Enfim o piquenique acabou e tivemos que voltar para a sala.

    Finalmente o sinal havia batido e havíamos sido liberados de aula. Eu podia resolver o assunto do baú de uma vez por todas e descobrir o que Christine queria que eu pegasse. Corri até a casa e vi que Sophie estava dormindo.
    Não posso acordá-la, senão ela vai perguntar o que está acontecendo e vai querer ver, pensei. Tentei fazer o menor barulho possível. Fiz um mínimo barulho e Sophie se virou na cama, gemendo alguma coisa que não escutei
    Consegui!
    Girei a chave e abri o baú, sem acordar Sophie. Descobri que havia mesmo algo dentro dele e que parecia ser algo importante para minha vida.

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