sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Capítulo 7 - A Volta à Caverna


    Acordei atordoada na minha cama. Aquilo fora só um sonho, ou uma experiência real?
    Eu estava um pouco surpresa e triste com tudo o que havia acontecido. Era um misto de sentimentos e dúvidas que eu sofria naquele momento. Como eu acordei aqui, se eu não havia passado pelo portal? Como meus irmãos morreram e meus pais não?
    Eram tantas perguntas que se formavam na minha cabeça e que provavelmente não seriam respondidas...
    Saí da cama e fui procurar Christine. Ela saberia o que fazer. Encontrei-a conversando com um segurança na frente dos portões do Refúgio.
    - Christine! - Corri até ela. - Posso falar com você por uns instantes?
    - Claro, querida.
    Puxei ela para longe do guarda.
    - Descobri algo sobre mim. - Sussurrei.
    - Que bom! Conte-me.
    - Descobri que eu tinha irmãos, e que, bem... eles foram mortos.
    - Que horror! - Ela pareceu um pouco nervosa. - Acho que eu ouvi o alarme tocando, é melhor você voltar para casa.
    - Christine, o quê está acontecendo?
    - Nada. - Ela era um poço de nervos. - Está tudo bem!
    - Hum... Ok, então... Nos falamos depois.
    Havia algo estranho acontecendo. E eu iria descobrir!

***

    Voltei para casa relutantemente. Sabia que o alarme não havia soado e que ela não estava falando a verdade. Por que será que mentiria assim?
    Ouvi um barulho seguido de um brilho. A máscara prateada estava se movendo e brilhando. Eu sabia que deveria colocá-la. Ouvi novamente a musica a capela.

"A Máscara Prateada vai lhe ajudar
Se ela você colocar.
As mascaradas querem lhe mostrar
O passado e como o futuro pode mudar.
A Garota da Marca é a única que pode nos salvar
Você é esta garota, então é melhor começar!"

    Coloquei a máscara em meu rosto e novamente encontrei-me na mesma caverna de antes. A anciã recomeçara a falar.
    - Uma menina, da nossa espécie, irá quebrar essa maldição que nos inferna. Ela terá a marca da lua, será uma estranha, vinda de um lugar distante. Dois objetos a ajudariam a quebrar, e seria no mesmo lugar em que a maldição fora laçada: a Caverna de DeepVale. Ela é localizada na região de... - A anciã calou-se abruptamente. Do lado de fora, barulhos de tiros eram emitidos. Podíamos ouvir gritos e víamos pessoas correndo e muitas delas caindo no chão. - Escondam-se!
    Todos correram para o fundo escuro da caverna e encolheram até ficarem do tamanho de uma mosca. Lembrei-me que li no diário de Elizabeth que eu poderia mudar meu corpo para o tamanho ou cor que quisesse. Fechei os olhos e concentrei-me em encolher meu corpo.
    Os humanos invadiram a caverna, procurando por algo ou alguém. Gelei até o último fio de cabelo, pensando que eu era a procurada.
    Temos que ir ao Desfiladeiro Garras de Prata.
    Olhei para trás e a anciã olhava fixamente para mim, mas com um olhar calmo e gentil.
    - Dê-me a sua mão. - Estendi minha mão o mais rápido que pude para a mulher, e apenas com um piscar de olhos, nos encontramos em um lugar totalmente diferente. O Desfiladeiro Garras de Prata.
    E eu tinha a sensação que eu já estivera lá em um passado distante.

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